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quarta-feira, 6 de março de 2019

Ou você não entendeu que nossa luta não é contra carne nem sangue, nem tão pouco contra fantasias, ou contra escolas de samba..


Muito se tem falado sobre o desfile da escola de samba gaviões e da suposta briga entre “Jesus e o diabo”. Na verdade essa construção religiosa coletiva da eterna briga entre o bem e o mal é antiga. 

Partindo do pressuposto que os cristãos, uma parte deles, se sentiram ofendidos pela apresentação, gostaria de deixar uma simples fala.

Não é de se estranhar a polêmica, uma vez que a fisicalidade tem sido algo presente nos adeptos do cristianismo. Até o terceiro século os cristãos não tinham templos suntuosos, reuniam-se nas casas, não tinham referências físicas do apalpar para sentir, pois acreditavam que Jesus e seu legado/evangelho era suficiente. A partir do momento que Constantino assume Roma, ele transforma a igreja, institucionalizando-a e dando-a status social de Cristianismo. Em 380 d.C com Teodósio o Cristianismo oficializa-se como religião oficial do império, e já se configura como uma mega instituição, com templos, adereços, com liturgias específicas e enrijecidas.

Já no quarto século, os bárbaros invadem Roma. A mistura fez com que a igreja Católica, apostólica Romana mesclasse pontos da política e religiosidade bárbara e readaptasse as novas concepções demográficas. Os ícones foram implantados, os símbolos palpáveis tiveram seu espaço como maneira inicial de fixação das doutrinas.

De lá pra cá o cristianismo vive uma dubiedade de sentimentos. De um lado aqueles que não concordam com referências físicas, ou imagens de escultura, porém associam de maneira exagerada qualquer pintura medieval que retrata um homem branco, barbudo, cabeludo, com um fraldão, com espinhos na cabeça: a Jesus; ou um ser vermelho, com chifres pretos, com rabo, e com um tridente na mão, ao diabo - uma pintura também medieval, em seu aspecto físico, para botar medo nas pessoas. Do outro lado temos os católicos que fazem questão de dizer que suas esculturas somente remetem a uma lembrança e feitos, porém, a qualquer negação dessa representatividade agem como se a honra do gesso ou da madeira estive sendo ferida.



É incrível a capacidade dos cristãos em se ofenderem, ao passo que tais ofensas abrem caminhos e legitimidade para desejarem o mal para outros. Querem defender a Deus, inclusive lançando pragas de morte a quem pensa diferente. Nesse caso a dinâmica do processo é lógica: Em seguida será divulgado um monte de falsas informações, dentre elas que a pessoa que vestiu-se de diabo morreu ou ficou doente. Irão divulgar como aquilo fosse um troféu e punição divina.

Vocês adoram um Jesus da arena, da espada, do milagre, do estardalhaço, da fama, um Jesus de ouvir falar. Quando então conheceres o Jesus da mesa, da intimidade, do partilhar, aí vão fazer como os discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24. 13-31): "Porventura não ardia o nosso coração?" Esses mesmos discípulos, antes de terem Jesus em casa, estavam preocupados com um Jesus que foi espancado, que foi morto, um Jesus que era famoso e que ímpios o mataram. Por isso Jesus chegou perto deles e não o reconheceram.

O Deus dessa galera é muito fraco, sofre de crise de identidade, vive depressivo no céu mendigando favores, likes e defesas. Como entenderão que Deus não precisa ser defendido, nem provado? Deus é Deus.

A única coisa que assemelha-se a Deus e posso perceber entre os homens é o amor, o respeito, a valorização da imagem e semelhança dEle no próximo. O resto é resto.
Sem falar que os cristãos estão tão vazios de informações que confundiram “Jesus” com um “santo” do início do Cristianismo (251) no Egito, Santo Antão, que devido suas convicções foi morar no deserto e foi diversas vezes tentado. Foi sobre Santo Antão que a escola de samba mostrou. Agora...

Vamos pensar? Suponha que seu único deus seja gravidade, como algo testado e comprovado. Um amigo diz que não acredita em seu deus e até sobe num prédio bem alto e diz: vou pular porque seu deus não existe. Pergunto: Você precisa provar algo nesse sentido? Precisa lançar sobre ele maldições? É óbvio que se ele pular morrerá, porque mesmo que ele, ou até você, não creia na lei da gravidade, ela está entre nós.

Percebes a ignorância de muitos tentando provar algo. É como se tentassem provar pra si mesmos, algo que eles mesmos duvidam, que não conhecem profundamente. Se alguém chegar pra mim e dizer: Você não se chama Gilmar! Eu vou sorrir. Preciso provar algo nesse sentido?

Meu Jesus não é aquele ou qualquer outro que tente passar por Ele. Meu Jesus não rogou praga contra seus algozes, perdoou. Meus Jesus é Deus, meu Jesus é Senhor. O resto é brincadeira, que fala mais da ignorância religiosa das pessoas, inclusive de quem se ofende. Ou você não entendeu que nossa luta não é contra carne nem sangue, nem tão pouco contra fantasias, samba-enredo, ou contra escolas de samba.

Gilmar Caetano

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Parem de mandar os suicidas para o inferno


O que penso sobre a eternidade daquele(a) que tirou sua própria vida.

Pois bem, parto do pressuposto de que vivemos numa sociedade que a visão religiosa acerca daquele que tirou a própria vida é de que esse indivíduo estará para sempre condenado ao inferno. Esse argumento é normalmente bem-vindo quando o falecido não possuiu laços afetivos tão intensos, diante desses que emitem tais condenações verbais. É coerente dizer que muitos passam a rever seus conceitos quando vivem essa situação nefasta com o filho, uma filha, com um pai, ou com sua mãe, ou alguém muito próximo.

É preciso entender que existe uma diferença entre suicídio e aquele que tirou a própria vida; ou seja, tirar a própria vida vai além do suicídio consciente. Um indivíduo que dá cabo em sua existência pode estar profundamente enraizado num momento marcado por angustias, ou até mesmo por indução velada alheia, o que poderia ser diferente se seu entorno e sua mente estivesse em plena sanidade. Alias, hoje temos a consciência de que pensamentos de morte são mais corriqueiros do que se pensa e muitas vezes surgem com roupagem quase que discreta.

A abrangência do “tirar a própria vida”
Entenda: Nós temos como base do viver a luta pela sobrevivência diária. Portanto, qualquer pessoa que deixa em qualquer circunstância de lutar para essa sobrevivência, automaticamente pode entrar no contexto do “tirar a vida”. Quer exemplos?

  • Alguém que não quer mais tomar o remédio que ainda lhe dá condições de vida; 
  • Aquele(a) que desiste de passar por uma cirurgia e se entrega, sabendo que a morte é inevitável; 
  • Alguém que mesmo sabendo do perigo de morte imediata e certa, enfrenta o perigo. 
  • Ou ainda temos aqueles desejos camuflados, aparentemente espirituais, mas carregados com pensamentos de morte: “Quero ir para o céu, pois não suporto essa terra”. Ou seja, por não saber viver de maneira coerente, racional e emocionalmente equilibrada, muitas pessoas conotam o desejo suicida e legitimam-no de maneira espiritual e “religiosamente correto”.


Entendeu? Por isso não podemos catalogar todo suicídio no mesmo bojo. Existem aqueles que são feitos de forma consciente e deliberada, mas existem aqueles, que aqui chamamos de tirar a própria vida, que na maioria dos casos, parte de um momento de irracionalidade, ou de uma não observação ou visão aprofundada e lúcida da situação. Tiram a própria vida devido o descontrole e a pressão psicológica que estão vivendo no momento.

Sendo mais enrijecido, o suicida no sentido lato da palavra, é aquele que não encontra em si e nem em nada dessa existência, e ainda sendo completamente e conscientemente descrente, não somente nessa vida, mas também no pós morte, pois não crê que exista algo esperando do outro lado. Somente alguém que vive uma vida de satisfação e compensações no que é material (um materialista), ou um ateu convicto, poderia cometer suicídio de fato; os demais que tiram suas vidas, são sofredores buscando balsamo para suas feridas da alma, pois no fundo no fundo, ainda possuem esperança, mesmo que não nessa vida.

O que a Bíblia diz?
Aí você poderia dizer; E a Bíblia? Eu lhe respondo:
  1. O foco abordado na Bíblia, inclusive na lei, é de não matar os outros, mas não fala do ato de auto-morte em razão da dor.
  2. Em Jesus, não temos nada que tenha sido dito que temos conhecimento. Portanto, no que a Bíblia ficou quieta, quem se atreverá a condenar alguém?
  3. A Bíblia precisa ser lida e vivida segundo a ótica de Cristo, não segundo os regimentos dogmáticos institucionais que mudam de tempo em tempo. 
  4. Para aqueles que usam a lei de Moisés para montar uma doutrina teológica do suicídio, é preciso lembrá-los que o antigo testamento em suas leis, nos apresentam um ideal de vida, ou uma demonstração do que é útil para as pessoas, como um modelo ideal a ser vivido. A lei mosaica não proporciona forças a ninguém, somente mostra o problema, aponta o erro, ou seja, ela não garante que pessoa sempre respeitará a própria vida, mas poderá mostrar a ela, como um bip continuo, que essa saiu do natural, ou do ideal para os seres humanos, quando essa pessoa começar a nutrir em si pensamentos autolesivos. É por isso que temos Jesus que nos mostra a enxergar a vida e as pessoas em amor e não em regras tão somente. Jesus vai além da Lei; não somente aponta o problema, mas o caminho da remissão.

A observação da lei desprovida de amor gerou na cristandade desde tempos, ritos, cerimonias, regras e conceitos, que são pautados em disciplina corporal, mas que pouco tem proveito na compreensão e na praticidade genuína das Palavras de Cristo.

Destinando o suicida ao inferno
Foi no contexto das interpretações bíblicas religiosas desde tempos que acabaram por satanizar todos quanto tiraram a própria vida, destinando-os ao inferno, pois tratava-se de uma interpretação daquela época. Ou seja, essa sina dogmática acerca do falecido e seu destino, é algo que fora construída nos rincões da idade média, nas interpretações bíblicas do clero católico medieval. Os cristãos nos dois primeiros séculos e parte do terceiro, ou mesmo entre os judeus como protagonistas do judaísmo, não possuíam essa mesma interpretação como fora construída pela igreja católica apostólica romana, que a partir do século III e IV passou a desenhar o esboço de uma teologia do suicídio que valeria até os dias atuais. Um suicida na idade média era impedido de ser enterrado nos cemitérios de cristãos. No século XVI, Martinho Lutero ousou desafiar a igreja em sua época, quando enterrou um rapaz que havia cometido suicídio; destinou a esse um sepultamento digno e num local que seria proibido para o falecido, gritando com seus atos que o amor de Deus era muito maior do que o ato imprudente daquele jovem sofredor. Esse fato trouxe a igreja na ocasião, total espanto e indignação, porém Lutero via além dos conceitos institucionais, olhava segundo a ótica de Cristo para a ocasião.

Olhando com outros olhos
Creio que alguém que chega ao ponto de tirar sua própria vida, o faz em razão da agonia que vive e na total descrença de dias melhores, catapultando suas esperanças no depois da morte, na espera de paz e harmonia em outra vida. São aflitos, machucados, depressivos, tentando encontrar alívio e vida e não morte, porém nesse caso a morte é a única forma que encontram de experimentar a vida que não conseguem viver enquanto vivos.

Portanto, como disse o Psicanalista Caio Fábio, o suicídio (seja do sofredor ou do ateu consciente) não deve ser nunca objeto de juízo humano, pois, de fato, ninguém sabe quem, matando-se, suicidava-se. Além disso, como a Bíblia não “teologiza” sobre o tema, tem-se mais uma razão para não especular. Afinal, trata-se de “terra santa”, na qual se deve entrar sem as sandálias das falsas certezas e das muitas presunções.

Muitos ao se deparar com alguém num caixão que atentou contra a própria vida, tendem a destilar suas certezas religiosas, quando o mais coerente seria ficar calado, pois qualquer juízo, pode ser uma blasfêmia contra a vida humana. Não precisamos de muito e sim somente a experiência de vida para compreender que toda pessoa que na vida possui a morte como seu pior adversário, esse quer viver e manter-se vivo; porém essa mesma pessoa tendo como a pior tragédia a própria vida, é claro que o desejo dela será de morrer, pois nesse caso a morte se configura em algo mais agradável do que a vida.

Fica óbvio até aqui que uma mente que se ache normal, abalizada e bem alicerçada na fé não apelará para o atentando contra a existência, apesar das dificuldades que todos atravessamos. Sendo assim, lhe conclamo a perceber que o suicídio em todos os sentidos deve, sem sombra de dúvida, ser combatido com todas as forças diante do fato de que precisamos embutir nos sofredores a esperança e promessas de vida em Cristo aqui, enquanto vivos nessa terra; mas nunca podemos tratar casos que eventualmente possam acontecer como uma auto perdição, ou um pecado imperdoável diante de Deus.

O entendimento do Evangelho sobre o assunto
Você percebe como é difícil trazer essa esperança para os dias que vivemos, quando todas as religiões buscam projetar nos fieis somente paz e contentamento do outro lado? Seja qual religião for, todas elas fazem questão de retirar da terra qualquer tipo de alegria, esperança, paz, contentamento, sorriso; indicando somente no porvir essas benesses. São religiões que não aprenderam com Jesus a necessidade de vivermos sobriamente nessa terra; e que o porvir somente será reflexo do que vivo aqui e agora.

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. (João 16.33)

Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. (Romanos 8.36,37)

Além da esperança, a Bíblia é cirúrgica ao nos ensinar que mesmo uma pessoa abalizada, ou equilibrada emocionalmente, pode sofrer situações que a faça desesperar-se contra a própria vida. Isso aconteceu com o Apóstolo Paulo, um homem fenomenal em todos os sentidos, que não sofria de nenhum distúrbio psíquico, mas como peregrino nessa terra teve pensamentos de morte.

Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. (II Coríntios 1.8).

Veja o que uma pessoa tão abalizada quanto Paulo, e que teve um maravilhoso encontro com Jesus, chegou a ponto de desejar. Agora imagina se essa mesma situação que acometera Paulo atingisse, alguém que possui transtorno bipolar, esquizofrenia, um tumor maligno no cérebro, depressão, síndrome do pânico, dependência de álcool ou drogas, borderline, lesões desfigurantes e constantes, epilepsia, trauma medular, etc; digo isso pois essas são características que estão presentes nas pessoas que se suicidam. E então? Nenhuma pessoa de sua igreja ou religião sofre de alguns desses males? Creio que você não pode negar. Então podemos concordar que muitas pessoas que sofrem esses disparates psicológicos podem chegar a um nível extremado de desespero a ponto de buscar uma esperança na morte.

Se formos para os primeiros séculos da igreja, vamos ver uma grande perseguição aos nossos irmãos, que criou entre eles uma espécie de cruzada pela morte para obtenção do galardão divino. Sim, muitos cristãos se negavam a fugir do perigo, ou das autoridades, mesmo podendo. Eles diziam que ninguém tiraria a coroa a eles reservada, mesmo que correndo atrás da morte. Essa visão foi muito comum entre os cristãos mais novos, devido a tamanha opressão que sofreram, porém, estavam sendo imaturos interpretando o “morrer com Cristo é lucro” de maneira equivocada, tendo que os cristãos mais velhos e experientes chamar a atenção desses para não agirem assim. Pra você, esses cristãos suicidas mártires que gritavam aos Romanos: “Ei estamos aqui, venham nos matar” mereciam ser condenados ao inferno? Não? Percebes? Se você consegue entender as razões de um suicida, o que diria Deus, o Pai de amor.

Conclusão
É por isso que no inicio eu disse que as condenações normalmente partem daqueles que são distantes da pessoa que cometeu o atentado contra própria vida. Pois, quando se conhece, quando se viveu junto, quando se ama, qualquer pessoa automaticamente, e como instinto divino em nós, se nega acreditar que o falecido não esteja junto de Deus. E sabe qual a razão disso? É porque o amor dilacera os dogmas; a amizade arromba a porta das doutrinas de condenação ao suicida; os laços afetivos aniquilam as teologias engessadas que somente se sobrevivem à distância. Pois no fundo de cada alma se sabe que não existe nenhuma explicação institucional dogmática que possa de fato acalmar um coração em luto pelo ente que partiu, mas pode brotar esperança quando vozes amorosas se unem para aplacar a dor de alguém.

Termino parafraseando uma frase do Caio Fábio: Somente os pagãos conseguem mandar um estranho suicida para o inferno; mas nem mesmo os cristãos-pagãos conseguem enviar para o inferno um filho suicida. Pense nisso!

Referências
Bíblia Almeida Revista e Atualizada
caiofabio.net

sábado, 27 de maio de 2017

Isso é ser missionário?


"Ainda há mais de 100 tribos indígenas não alcançadas pelo Evangelho na Amazônia Brasileira."

Assim está escrito na foto acima como legenda.

Tal discurso, ou empreendimento religioso, soa como o cumprir do ide de Jesus para uns, ou uma tentativa de ganhos financeiros para outros. Você parou para pensar, que podemos ter uma outra vertente? A ignorância no entendimento das pessoas do que é ser missionário de fato.

De um lado estão aqueles que acreditam que a atuação da foto é legítima, pois a pregação da “palavra” se efetiva na ida de pessoas (missionários) em terra distantes, para falar aos nativos ou outros povos, aquilo que aprenderam em sua igreja/paróquia de base. Do outro, aqueles que por experiências traumáticas com religiosos já estão um tanto sem paciência para o assunto. rsrs

Quero me dirigir ao primeiro caso. Enquanto tiverem o pensamento da legitimidade divina de tal atitude, nada e nem ninguém mudará tal percurso de ideias. É claro que já tive esse pensamento, mas hoje sei o quanto estive errado em diminuir Deus ao ponto de sequestra-lo.

Muitos “crentes” por falta de um bom entendimento bíblico e da simplicidade da vida, enxergam Deus através de seus óculos institucionais, ou por aquilo que aprenderam. Quando esses “crentes” legitimam atitudes de muitos supostos missionários que vão até os índios, demonizam tudo o que fazem, impõe-lhe um medo terrível do inferno e no final os vestem de terno e gravata para mandarem ao jornalzinho da igreja, nunca entenderam o que o Apostolo Paulo escreveu em Romanos 2, nem tão pouco o que Jesus fala sobre salvação a todos os povos.

Aqui vai uma canja 
Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados. Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho. Romanos 2. 12-16.

Entendeu? Paulo é enfático ao dizer que os gentios, que não tem o entendimento ou a roupagem da crença daqueles que se julgavam conhecedores, serão julgados segundo o que conheceram. Até pq todos já possuem a norma da lei gravada no seu coração, ou o fenômeno do certo e do errado. Esses obedecem de forma espontânea e não obrigatória. O critério sempre será o amor, mesmo que não tenham consciência objetiva da lei.

“Crentes”, entendam que todos os homens nascem com essa consciência, ou com essa luz de Cristo e seu amor. Não sob a luz do cristianismo. Aqui separo categoricamente Cristo do Cristianismo.

Acometidos pelos problemas da imposição deste (cristianismo), já basta nós. Que Deus livre os índios de receberem o mesmo infortúnio. É bem verdade que quando um bem-intencionado, levando não por palavras, mas por atitudes o amor do evangelho (como já foi visto muitos), somado a luz já inerente no coração dos índios, é maravilhoso, é esplendoroso. Agora, quando vai um missionário religioso, doutrinador, o resultado é esse que nos acometeu a partir de Constantino e de Teodósio, na qual o cristianismo, matou, violentou, e vem desumanizando povos ao longo dos anos.

Os “crentes” deveriam saber que Paulo no vr. 16 (no texto acima) e Jesus em Mateus 8.11 diz a mesma coisa: Ou seja, falam que apesar de muitos “crentes” reivindicarem a salvação para si, por pertencerem a um grupo religioso, poderão estar do lado de fora, quando os que estão dentro, poderão ser exatamente aqueles na qual a religião mais condena: Jesus disse: Digo-vos que muitos virão do Oriente e do Ocidente e tomarão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. Paulo disse: no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho. Crentes/evangélicos, crentes/católicos, etc., aqueles que na sua presunção de salvação e verdade, na qual negavam a essência do evangelho inerente em cada um, ficarão de fora.

É triste dizer, mas é por isso que muitos jovens com um pouco mais de percepção, tem pegado nojo desse meio religioso; e muitos equivocamente associam Cristo ao Cristianismo.

Mateus 21.31: Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Ou seja, os que vcs julgam alienados, burros, indoutos, índios pagãos, gays pecadores, estão à frente de vcs no entendimento do Reino, e na vivencia deste. E aqueles que já estão catalogados como salvos pelo cartório das denominações ou instituições, ficarão de fora mesmo dizendo: Senhor em teu nome expulsamos demônios, fizemos maravilhas (Mateus 7); ou íamos em igrejas, crismei, dava o dízimo, etc. Para esses ele dirá: nunca vos conheci, apartai-vos de mim.

O texto de Romanos (um dos mais lindos da Bíblia, mas que insistem em interpretar ao bel-prazer) desbaratina toda e qualquer suposição religiosa salvacionista por meio de um credo dogmático. Todos sabemos que a ótica religiosa que prevalece desde tempos, é a que acredita por pressupostos pagãos de uma existencialidade que ainda não entendeu o evangelho de Jesus, de que ser de uma religião, nesse caso cristã, é algum tipo de trunfo espiritual. Paulo no versículo 16 do cap. 2 de romanos, dá um hadouken ou uma bicuda mesmo, nessa besteira de pensamento. Ainda diz que os que não sabem de nada, mas que gentilmente e em amor vivem em sinceridade e buscam a paz entre os homens, esses serão salvos.

Acontece que as instituições acreditam que como “representantes de Deus” na terra, precisam ir, pregar, batizar e colonizar, acreditam que Deus não terá condições de falar por si próprio aos povos. Rsrsrs...Tal deus é, como diz Caio Fábio, somente um sequestrado das religiões, que fazem deste o que bem querem. Eta “deus tôpera”.
Deus não é cristão/judaico, espirita, nem tão pouco religioso, não precisa de programa de tv, não precisa de templos, não precisa de internet, não precisa de apresentações formais, pois ele aparece nos lugares mais simples e em lugares que estão dispostos a viverem em amor. Seja numa igreja cristã, ou numa oca indígena: Mateus 18.20 “Onde estiver dois ou três, reunidos em meu nome, ali estarei no meio deles. 

Agora, quando alguns sabem que são privilegiados em ao menos não atrapalhar, e através de uma motivação engendrada no cuidado com o outro, resolvem pelo exemplo, e quando necessário por palavras, falar desse amor. Aí eu dou valor. O que não é o caso de muitos e provavelmente (pelo histórico) da senhora da foto. Beijos no coração.

Gilmar Caetano Tomáz

quarta-feira, 1 de março de 2017

O que eu penso sobre Política


Algumas pessoas já me perguntaram sobre o meu posicionamento político, ou o partido do meu agrado. Algumas vezes falo sobre, outras vezes não digo nada. Mas resolvi aqui dizer o que realmente penso sobre política e política partidária (a meu ver, coisas completamente distintas).

1. Sou um homem do Evangelho, e Este por falar de vidas humanas, inevitavelmente é político. E digo política no sentido mais bonito e abrangente da palavra: Polis (grego) – a arte de governar, administrar. João Calvino dizia: “Não se deve pôr em dúvida que o poder civil é uma vocação, não somente santa e legítima diante de Deus, mas também mui sacrossanta e honrosa entre todas as vocações”. Por isso sou completamente político.

2. Por outro lado não sou de partido nenhum. Pelo simples fato de que Jesus nunca fez parte dos partidos de sua época, como os fariseus, saduceus, zelotes, herodianos, cicários. E não falo de tais partidos no sentido pejorativo, mas elevando as mais sinceras propostas dos tais. Creio que a utilidade pública que poderei prestar para uma sociedade está no falar e na exposição prática dos princípios do Evangelho, de outra forma seria mais desgastante (percebe-se isso a médio e longo prazo).
  • O que é Evangelho para mim? Evangelho está nas Palavras de Jesus em Lucas 4.18-19 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano aceitável do Senhor.” Portanto, a boa nova, Evangelho, nada mais é do que a vida e os ensinamentos de Jesus para o homem enquanto nessa terra.
  • Viver como Jesus ensinou, é convicção de uma vida saudável em todos os aspectos, enquanto que a não observação de tais ensinos, abrem espaços para todo e qualquer tipo de atrocidade, iniciando-se na família e espalhando-se para toda a sociedade e nas mais diferentes instituições e áreas da vida. Leia Mateus 5, 6 e 7 para conhecer esses princípios.


3. Sei que podem pensar que vivo em cima do muro (risos). Não conseguem entender como é possível ser livre o suficiente para não ser de partido nenhum, nem tão pouco como ser útil sem engajamentos filosóficos, acadêmicos, ou institucionais. Mas calma, explicarei o motivo.
  • A meu ver, não tenho partido pois a dificuldade se evidenciará exatamente na política partidária (não na política), quando essa corre o risco de se perder ao longo do tempo. Toda e qualquer tentativa de departamentalização a revelia, bem como o engessamento de grupos específicos para causas especificas (mesmo que nobres), em detrimento ao bem coletivo, mas somente de seus simpatizantes, torna-se a longo prazo algo insuportável e contra a vida. Isso já acontecia na igreja de Corinto, de acordo com a Bíblia Sagrada, ou seja, no passado já tentaram isso. Lá existiam quatro grupos, com causas especificas e com supostas legitimidades. O problema é que apesar da beleza desses grupos em seus empreendimentos, inclusões particulares e pensamentos em comum, isso é visão cartesiana ocidental; não se vê o todo. Jesus não ensinou isso; Ele nunca disse: “Se fechem num grupo especifico e lutem pelo povo”. Não! Seu desejo era que somente existissem discípulos que contagiariam a todos pelo amor.
  • Sei que o modelo de política no Brasil tem esse padrão e perfil partidário. Até os sérios, dentro da conjuntura eleitoral política, precisam necessariamente engajar-se nos moldes partidários vigentes para qualquer benfeitoria. Mas, como disse, vejo tudo isso com ressalvas, pois existem muitos pontos nevrálgicos, que com o tempo o que deveria ser para o bem provoca gangrenas.
  • Também sei que o que mais incomoda a política partidária é o discurso político sem partidarismo. É possível? Claro que é! Partidarismo assim como denominações, apesar de nem sempre parecer, é engessamento, é contrato, é rótulo, é estar fechado. Prefiro princípios. É disso que o Evangelho nos fala.
  • No Brasil, o problema se agrava devido o número de partidos, (35) cada um como “paladinos” das resoluções nacional: PMDB, PTB, PDT, PT, DEM, PCdoB, PSB, PSDB, PTC, PSC, PMN, PRP, PPS, PV, PTdoB, PP, PSTU, PCB, PRTB, PHS, PSDC, PCO, PTN, PSL, PRB, PSOL, PR, PSD, PPL, PEN, PROS, SD, NOVO, REDE, PMB.

4. O princípio que uso para concordar ou discordar dos partidos em nosso país é básico: Suas tendências e projetos vêm assentando-se no alicerce do Evangelho e da vida? Se sim, Tô dentro. Simples assim. Do contrário é bomba humana. Digo isso, pois tanto a religião quanto a política pode transformar alguém em ótimo torcedor, mas péssimo marido; ótima articuladora, mas péssima mãe; grande líder, mas um desastre nos relacionamentos amorosos; engajado no bondadismo, mas vazio de simplicidade acolhedora; excelente em seus discursos, mas péssimo empregado ou patrão; sempre disposto a uma briga ideológica, mas nunca disposto a abraçar o que pensa diferente; militantes ou fanáticos com profundos conhecimentos da história de sua instituição, mas que não sabem cuidar, alimentar ou amar uma criança. Diferentemente da verdadeira política, que bebe da água do evangelho, pois o evangelho sendo uma forma de se viver, inevitavelmente é político.
  • As ideologias polarizadas tiram o tato, o carinho, o sexo, o carisma, o afeto, o lúdico, o beijo, a contemplação, o que é comum para a vida, ou seja, tiram exatamente o que nos caracterizam como seres humanos. As ideologias polarizadas geram problemas amorosos e familiares, deixam as pessoas distantes, isso a curto, médio, ou a longo prazo. Por isso entendo que ideologias partidárias negam os princípios mais elementares do Evangelho.


5. Minhas opiniões não são de partidos, mas dos princípios do evangelho, que é supra-partidário. Agora, se qualquer argumento que professo, for o mesmo de um partido; ou, se o ideal de um partido coincidir com o evangelho, eu louvarei, mas não me rotule.

6. Precisamos nos mobilizar em favor coletivo e não segregado de forma partidária. Mostre sua verdade no seu bom trato, e não na sua ignorância e desdenho de pessoas que não pensam como você. Onde tem gente de caráter, inteligência, competência, agradável, ética, devemos estar, independentemente de partido. Um discípulo não fecha com nenhuma ideologia. A alguns anos, aprouve a Deus me dar a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas dentro de partidos, quando tive a honra de ser convidado para uma reunião a convite da secretaria da presidência da república, para estar em Brasília, no palácio do planalto, com pessoas de diferentes pontos do Brasil. Que prazer conhecer humanos tão distintos com seus partidos, mas com pensamentos em comum.

7. Ainda me perguntam: você tem referenciais políticos? Em nosso tempo, tenho vários, mas prefiro somente referir-me aos profetas do Antigo Testamento, como o vaqueiro Amós, que com sua simplicidade e visão apuradíssima de sua época e das necessidades sociais, deixa hoje, qualquer pensador, idealizador ou militante, envergonhado pois tamanha era sua consciência política.

8. Enfim, pra mim um bom político, antes de tudo, precisa ser um bom pai, uma boa mãe, um bom filho, uma boa filha, honesto(a), acolhedor(a), pacificador(a), agradável, que saiba ver as qualidades dos outros. Além disso, qualquer visão, mesmo que partidária precisa ser conhecida pelo bom trato, não pelas elucubrações.

Encerro dizendo que meu posicionamento não me faz maior, nem menor, apenas teu servo. Bora unirmos as forças para bem de todos?

Gilmar Caetano Tomáz

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Convenção do Paraná repudia MDA

Tudo era uma questão de tempo. 

Nos dias 7 e 8 de dezembro de 2016 a Convenção das Igrejas Ev. Assembleias de Deus no Paraná (CIEAD), reuniu-se na cidade de Campo Mourão, no conselho de Pastores Presidentes para decidirem os rumos da denominação com relação ao Modelo de Discipulado Apostólico, o MDA.

O presidente da CIEAD, Pastor Perci Fontoura, tratando do assunto em pauta, o método de igreja celular neopentecostal, que vem ganhando espaço em muitas igrejas das Assembleia de Deus, afrontando o modelo genuinamente bíblico.

Após longo debate e diversos oradores sobre o assunto, o plenário juntamente com a Mesa Diretoria, RESOLVE emitir o esclarecimento que consta abaixo: 


Fonte: http://www.cieadep.com.br/2016/12/nota-de-esclarecimento.html


No ano de 2014 fiz um artigo completo sobre a origem e os perigos do MDA. Quer conhecer? Clique aqui ou abaixo.


 Um Engano Chamado MDA



sexta-feira, 25 de novembro de 2016

O que é a marca da besta?


Se existe algo que está intrínseco no imaginário coletivo das pessoas, são as coisas relacionadas ao futuro. As religiões possuem suas próprias interpretações e orientações futurísticas, haja vista possuírem suas próprias escatologias.

No meio evangélico isso não é diferente. A cada ano ampliam o arcabouço escatológico, mas a matriz continua a mesma. A visão pré-milenista, pré-tribulacionista é a mais usada no meio pentecostal, uma vez que também bebem na fonte do dispensaciolanismo e consequentemente abrem espaço para argumentos tão pífios quanto esse de que um CHIP de identificação tecnológico será a marca da Besta.

Não quero falar necessariamente da linha teológico-escatológica pentecostal, mas falar de que a marca da besta sendo um CHIP é um argumento antibíblico e muito difundido no Brasil no meio Evangélico, que a cada época tem uma nova moda escatológica. Hoje o problema se agrava pelas redes sociais.

USO DO CHIP

A base para todo esse alvoroço está em Apocalipse 13. 15 e 16
“Foi-lhe concedido também dar fôlego à imagem da besta, para que a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta. E fez que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos, lhes fosse posto um sinal na mão direita, ou na fronte,”


Foi usando esse texto que muitos evangélicos acreditam que existirá um tempo em que o anticristo obrigará as pessoas a implantarem um Chip de identificação na mão direita ou na testa, favorecendo-os a comprarem, a venderem, ou exercerem sua cidadania na Grande Tribulação (período de 7 anos em que a igreja já teria sido arrebatada - trata-se de uma linha escatológica). Daí toda tecnologia que surge assemelhando-se a esse texto é tachada de imprópria e perigosa. São muitas as especulações.

Houve um período que a marca da vez era o código de barra. Hoje os mais atrasados estão no CHIP que parece um grão de arroz; os mais atualizados, e não menos equivocados estão numa espécie de computadores vestíveis como tatuagens temporárias.


A implantação de um CHIP na mão, não é algo novo, por isso essa tecnologia já está defasada. Em muitos lugares muitas pessoas já fazem uso como forma de favorecimento de identificação em idosos e deficientes. Ainda tem aqueles que implantavam para armazenar bitcoins. Enfim, o tal CHIP parecido com um grão de arroz que será inserido na pele de uma forma tão invasiva, não pode ser visto mais como tecnologia de ponta.

Hoje por exemplo a tecnologia caminha por outros campos. A identificação facial é uma delas. Quem sabe os evangélicos vão associar isso a marca da besta daqui uns 10 anos, uma vez que vivem atrasados.

O PROBLEMA DA INTERPRETAÇÃO

O livro do apocalipse possui muitos simbolismos. Sua leitura deve ser pautada na observação de tais símbolos e comparações, e acima de tudo nos ensinos de Jesus. A leitura sem essas observações, fará com que surjam interpretações completamente equivocadas e mirabolantes.


Especificamente no Capítulo 13 e no versículo 16, quando fala do sinal/marca na testa ou na mão, o

sentido não é literal. Se você quiser literalizar isso, você precisará literalizar muitas outras partes do livro. Por exemplo, quando a Bíblia faz uso de galardão como coroa, ou que as ruas da Jerusalém celestial são de ouro; isso não se encaixa em nossa fisicalidade, mas é uma tentativa de descrever o que é lindo e imensurável a partir do que era comum para João. Observando outras passagem chegaremos a esse entendimento, uma vez que na interpretação Bíblica existe algo chamado de contexto e sempre deve ser levado em consideração.

Se você gosta de literalizar o livro do apocalipse e trabalhar que a marca da besta de Apocalipse 13.16 é um CHIP de identificação tecnológico, que tipo de interpretação você daria para o Capítulo 9?
“O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caíra sobre a terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de uma grande fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar. Da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra. Foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus.”

Na sequência dos versículos acima, (a partir do 7) o texto vai dar uma descrição do infortúnio enviado à terra. Os seres possuem: Aparência de gafanhoto, semelhante a cavalos, coroa na cabeça, rosto de homem, cabelo de mulher, dentes de leão, couraça de ferro e ferrão de escorpião. Literalize isso e veja o monstro hollywoodiano que vai caminhar sobre a terra. Percebes o erro? Tudo isso vem de forma simbólica. Do mais só serve para causar espanto aos ignorantes.

Outrossim, literalizando a marca da besta como um CHIP de identificação tecnológico, que tipo de interpretação você daria para o versículo 4 do capítulo 9, que diz que os males advindos serão somente para aqueles que não possuírem na testa a marca de Deus?. Será que os salvos terão também um CHIP??? Claro que não! Percebes a bobagem dita?

O texto fala da mesma forma que o livro como um todo diz que a Besta possui várias cabeças, que o diabo é um dragão (algo mitológico), que existirão cavaleiros que trarão guerra, fome e morte, etc. Se consigo achar o simbolismo nas muitas cabeças da besta, porque não consigo achar no sentido da marca?

O QUE SIGNIFICA A MARCA DA BESTA?
No Cap. 13, João, o autor, simplesmente faz uso de imagens cotidianas para explicar como as ações das pessoas estavam e estariam a mercê de um espírito déspota e ditatorial, contrário aos ensinos de Cristo, o anticristo. Como diz Caio Fábio, Roma era a inspiração imediata do autor, e que se transforma numa inspiração arquetípica de algo infinitamente maior para outros tempos. Algo que abraçaria a terra inteira. Daí ele fazer uso das marcas na testa e na mão;


O império Romano marcava os escravos assim, na testa e na mão. Quem os olhassem saberiam que eram escravos. João utiliza-se desse contexto para trazer uma verdade ainda maior. Ele fala de condição de alma e de ações. Eram escravos de mente e de ações (cabeça e mão). Pensavam como escravos e agiam como escravos.

Possuir a marca da besta na testa ou na mão, significa dizer que tais pessoas pensam (testa) conforme o anticristo, e agem (mão direita) conforme os ditames contrários ao Evangelho.

Olhando dessa forma entendemos que muitos já possuem tal marca. Possuem mentes e ações burras, não sabem pensar, e já foram marcados como gado para pensarem e procurarem CHIP onde não existe. Se pensas assim, você já está servindo, pois essa é a ideia, o controle do anticristo inicia-se naquilo que ele quer que as pessoas pensam.

Chega de acreditar que o que me liga ao Anticristo, ou ao diabo, são meios externos, ou o uso ou não uso de uma tecnologia. Parem, por favor! É por isso que já colocaram a culpa no rádio, na televisão, no vídeo-game, no facebook, no whatsapp, no Pokemon Go. Ter uma marca não caracterizava ser do mal ou do bem, mas alguém que estava debaixo de um jugo de opressão. Hoje vivemos nessa esfera tecnológica. Não existe a possibilidade de negarmos isso. Você para ler esse texto está fazendo uso da tecnologia, mas não necessariamente servindo ao diabo.

O que lhe vincula ao Anticristo e ao diabo é se o seu coração é mau. E disso o mundo está cheio. Vivem com ódio, com sentimos de vingança, e postando para todos tomarem cuidado com o CHIP da Besta. Se és um desses, você é um besta, já foi marcado faz tempo!

Uso e sempre usarei as tecnologias, mas nunca serei do diabo. E Sabe pq? Pq meu coração é de Jesus. Sendo assim, o que poderá me separar do amor de Deus? O perigo, a espada, o presente, o porvir, os principados, a internet, os chips, a informática, o vide-game, os anjos?....NADA ou nenhuma outra criatura, poderá me separar do amor de Deus que está em cristo Jesus.

Gilmar Caetano Tomáz

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Esse é o evangelho que você vive?


Como as pessoas estão enganadas, quando o assunto é conhecimento de Deus e o entendimento do evangelho.

 Acreditam que estar com Jesus é manter um padrão disciplinar denominacional, mesmo que sua vida, na sua intimidade, continue do mesmo jeito ou até pior.

Aí vivem um evangelho de mudanças de vestimentas, mas possuem corações despidos de amor.

Pregam liberdade de Cristo, mas são escravos das mesmas drogas lícitas, e do mesmo contingente de traumas e neuroses.

Anunciam a volta de cristo, mas não possuem a paz que ampara a alma. Falam de uma mente transformada por Jesus, mas sua consciência o denuncia, quando pelo transbordar das suas emoções, faz-se necessário uma visita constante, insistente e dolorida, em psicólogos e psiquiatras, mesmo que sua fé não aceita tal expediente, e mesmo quando não o faz para ser confrontado(a), mas para fugir da realidade, que esse “evangelhozinho gospel” não consegue tratar.

O fato é que não entendes o que se passa contigo. Pregas uma vida mais do que abundante na graça, mas por não ter explicações da não resolução de sua guerra interior, diz estar sendo usado por Deus para uma causa especial.

Enfim, o melhor e máximo que podem fazer está naquilo que os outros veem, acerca de disciplinas corporais e performances religiosas de quando estão em grupo.

Mas definitivamente lá no fundo, sabem que não se tornaram melhores como pais, como mães, como filhos, como patrão, como empregado, como amigo, como gente.

Definitivamente, você pode estar experimentando de tudo dentro da religião, só não diga que isso é Evangelho. Pois o Evangelho liberta, e a religião... bem, você sabe o que ela faz.

Gilmar Caetano

Gospel Prime