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quarta-feira, 6 de março de 2019

Ou você não entendeu que nossa luta não é contra carne nem sangue, nem tão pouco contra fantasias, ou contra escolas de samba..


Muito se tem falado sobre o desfile da escola de samba gaviões e da suposta briga entre “Jesus e o diabo”. Na verdade essa construção religiosa coletiva da eterna briga entre o bem e o mal é antiga. 

Partindo do pressuposto que os cristãos, uma parte deles, se sentiram ofendidos pela apresentação, gostaria de deixar uma simples fala.

Não é de se estranhar a polêmica, uma vez que a fisicalidade tem sido algo presente nos adeptos do cristianismo. Até o terceiro século os cristãos não tinham templos suntuosos, reuniam-se nas casas, não tinham referências físicas do apalpar para sentir, pois acreditavam que Jesus e seu legado/evangelho era suficiente. A partir do momento que Constantino assume Roma, ele transforma a igreja, institucionalizando-a e dando-a status social de Cristianismo. Em 380 d.C com Teodósio o Cristianismo oficializa-se como religião oficial do império, e já se configura como uma mega instituição, com templos, adereços, com liturgias específicas e enrijecidas.

Já no quarto século, os bárbaros invadem Roma. A mistura fez com que a igreja Católica, apostólica Romana mesclasse pontos da política e religiosidade bárbara e readaptasse as novas concepções demográficas. Os ícones foram implantados, os símbolos palpáveis tiveram seu espaço como maneira inicial de fixação das doutrinas.

De lá pra cá o cristianismo vive uma dubiedade de sentimentos. De um lado aqueles que não concordam com referências físicas, ou imagens de escultura, porém associam de maneira exagerada qualquer pintura medieval que retrata um homem branco, barbudo, cabeludo, com um fraldão, com espinhos na cabeça: a Jesus; ou um ser vermelho, com chifres pretos, com rabo, e com um tridente na mão, ao diabo - uma pintura também medieval, em seu aspecto físico, para botar medo nas pessoas. Do outro lado temos os católicos que fazem questão de dizer que suas esculturas somente remetem a uma lembrança e feitos, porém, a qualquer negação dessa representatividade agem como se a honra do gesso ou da madeira estive sendo ferida.



É incrível a capacidade dos cristãos em se ofenderem, ao passo que tais ofensas abrem caminhos e legitimidade para desejarem o mal para outros. Querem defender a Deus, inclusive lançando pragas de morte a quem pensa diferente. Nesse caso a dinâmica do processo é lógica: Em seguida será divulgado um monte de falsas informações, dentre elas que a pessoa que vestiu-se de diabo morreu ou ficou doente. Irão divulgar como aquilo fosse um troféu e punição divina.

Vocês adoram um Jesus da arena, da espada, do milagre, do estardalhaço, da fama, um Jesus de ouvir falar. Quando então conheceres o Jesus da mesa, da intimidade, do partilhar, aí vão fazer como os discípulos no caminho de Emaús (Lucas 24. 13-31): "Porventura não ardia o nosso coração?" Esses mesmos discípulos, antes de terem Jesus em casa, estavam preocupados com um Jesus que foi espancado, que foi morto, um Jesus que era famoso e que ímpios o mataram. Por isso Jesus chegou perto deles e não o reconheceram.

O Deus dessa galera é muito fraco, sofre de crise de identidade, vive depressivo no céu mendigando favores, likes e defesas. Como entenderão que Deus não precisa ser defendido, nem provado? Deus é Deus.

A única coisa que assemelha-se a Deus e posso perceber entre os homens é o amor, o respeito, a valorização da imagem e semelhança dEle no próximo. O resto é resto.
Sem falar que os cristãos estão tão vazios de informações que confundiram “Jesus” com um “santo” do início do Cristianismo (251) no Egito, Santo Antão, que devido suas convicções foi morar no deserto e foi diversas vezes tentado. Foi sobre Santo Antão que a escola de samba mostrou. Agora...

Vamos pensar? Suponha que seu único deus seja gravidade, como algo testado e comprovado. Um amigo diz que não acredita em seu deus e até sobe num prédio bem alto e diz: vou pular porque seu deus não existe. Pergunto: Você precisa provar algo nesse sentido? Precisa lançar sobre ele maldições? É óbvio que se ele pular morrerá, porque mesmo que ele, ou até você, não creia na lei da gravidade, ela está entre nós.

Percebes a ignorância de muitos tentando provar algo. É como se tentassem provar pra si mesmos, algo que eles mesmos duvidam, que não conhecem profundamente. Se alguém chegar pra mim e dizer: Você não se chama Gilmar! Eu vou sorrir. Preciso provar algo nesse sentido?

Meu Jesus não é aquele ou qualquer outro que tente passar por Ele. Meu Jesus não rogou praga contra seus algozes, perdoou. Meus Jesus é Deus, meu Jesus é Senhor. O resto é brincadeira, que fala mais da ignorância religiosa das pessoas, inclusive de quem se ofende. Ou você não entendeu que nossa luta não é contra carne nem sangue, nem tão pouco contra fantasias, samba-enredo, ou contra escolas de samba.

Gilmar Caetano

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